quinta-feira, 24 de maio de 2012

DIA 24 DE MAIO - CORACAO ABRASADO

Metodistas Wesleyanos, esta semana é muito especial. Quando olho para o símbolo da nossa denominação, a cruz vazada pelo coração em chamas, sou profundamente desafiado a viver todos os dias este estilo de vida. Abrasado pela ação exclusiva do Espírito Santo. Penso que um coração em chamas para com Deus tem seu ritmo de batidas associado à um profundo amor pelas almas que vivem em profunda agonia em um mundo pós- moderno, onde em busca do sagrado a espiritualidade perdeu sua fonte genuína, o próprio Deus.
Um coração abrasado tem aliança com a Santidade de Deus e dela não abre mão, mas como sal que tempera, edifica e influencia uma geração. Como afirmou Dr. George W. Peters: “Deus, a igreja e o mundo estão à procura de homens com corações em chamas – corações cheios do amor de Deus; cheios de compaixão pelos males, tanto da igreja quanto do mundo; cheios de paixão pela glória de Deus, o Evangelho de Jesus Cristo e a salvação dos perdidos”.
Somos o Noé deste novo tempo. Precisamos nos manter como homens justos, íntegros no meio de uma geração perversa onde decidimos caminhar e andar com Deus. Necessitamos de corações ardentes nos púlpitos, nos bancos das igrejas, nas escolas bíblicas, nos colégios e seminários cristãos que possam confrontar este mundo. Um mundo cheio de indiferença, materialismo, frieza e ações malignas. Que ao pregarmos nossa palavra possa incendiar as almas humanas como Jesus o fez ao coração dos dois discípulos no caminho de Emaus. Se não existir esta chama na pregação bíblica, teremos um rebanho morno, indiferente aos desafios da fé cristã. Se não conseguimos impactar nosso rebanho, como impactaremos o mundo ao nosso redor...
Dizem que uma vez um colega pastor perguntou a John Wesley, mensageiro do coração ardente, o que devia fazer para aumentar sua igreja. Ele respondeu: “Se o pregador estiver em chamas, todo o mundo virá para vê-lo queimar”. 
Em seu livro “Inflamados para Deus” Wesley L. Duewe declara: Inflama-nos Senhor, sacode-nos, nós te suplicamos! Não há uma necessidade maior que essa em nossas igrejas e escolas hoje. Não basta ter uma fé cristã e bíblica; temos de ser possuídos por Cristo, totalmente tomados por seu amor e sua graça, inteiramente inflamados por seu poder e glória. Cada pequenina parte do nosso ser, como diz certo hino do passado, precisa estar incandescente com o fogo divino. Não é suficiente ter a lenha, não é suficiente ter o altar, não basta ter o sacrifício – precisamos do fogo! Oh, fogo de Deus, desce novamente sobre nós! Faz-nos arder, Senhor, inflama-nos totalmente!                                            Se quisermos ser uma força irresistível para Deus onde ele nos colocou, precisaremos do batismo de fogo do Espírito Santo. Se quisermos despertar nossas igrejas sonolentas, precisaremos que aquele fogo que veio sobre os que esperavam no cenáculo no dia de Pentecostes desça agora sobre nós. Você precisa disso e eu preciso também!
Ao voltarmos nossos olhos para a história deste metodismo inflamado pelo fogo, não existe outra oração, se não a mesma feita por Billy Graham ainda criança ajoelhado sobre as marcas do joelho do grande avivalista John Wesley quando visitava sua casa na Inglaterra: “Senhor faça de novo, Senhor faça de novo”.
Como disse Wesley L Duewe: nós não podemos acender esse fogo. Não podemos criá-lo por nós mesmos. Mas podemos humilhar-nos diante de Deus, com toda a honestidade e lisura, e confessar nossas carências. Podemos buscar a face de Deus, até que o fogo de Deus alumie nossos corações e nossas vidas e mostre o que neles nos impede de sermos capacitados e cheios de sua vida.
John Wesley depois da experiência em 24/05/1738 teve sua famosa conversão, conhecida como a “experiência do coração abrasado”. A partir daí, seus esforços piedosos antes feitos para alcançar a salvação, agora eram feitos por gratidão a Deus, que o salvara. O poder de suas pregações somado aos seus dons como organizador, o levou a ser o líder de uma sempre crescente multidão de anglicanos nominais que se convertiam a uma vida de santificação interior e exterior. Organizando estas multidões em “classes” para comunhão e estudos bíblicos, e em “sociedades” para cultos de adoração, ele, seu irmão Carlos e um pregador amigo - George Whitefield estabeleceram os “metodistas”. 
Estes eram membros de um grupo que, ensinados por Wesley, criam que podiam alcançar a “perfeição cristã”, estado em que o crente é purificado em seu coração de toda a inclinação ao pecado, tendo intenções puras e amor genuíno para com Deus - acima de todas as coisas - e para com o próximo. Com este movimento, Wesley transformou a vida religiosa e social da Inglaterra do século XVIII. Rompeu com a frieza litúrgica do anglicanismo e com o radicalismo elitista da predestinação calvinista. O povo simples descobria a alegria de ser salvo em Cristo através da fé em Deus, da graça divina e da possibilidade do livre-arbítrio, além do objetivo da “inteira santificação” ainda nesta vida e da demonstração desta santidade através de obras de cunho social em favor dos necessitados. Wesley nunca se desligou da Igreja Anglicana, embora seu movimento não tivesse aprovação oficial. Só em 1795, 4 anos após sua morte, é que os metodistas ingleses organizaram uma Igreja separada do anglicanismo.
Em 1776 os Estados Unidos declararam independência da Inglaterra, conseqüentemente, os metodistas americanos não eram mais anglicanos e Wesley ordenou Tomas Coke como “superintendente” e como presbíteros a Vasey e Whatcoat, em 1784, a fim de poderem ministrar a Santa Ceia e, futuramente ordenar outros, já que não haviam sacerdotes anglicanos que fizessem tais ministrações na América. Quando chegou à América, Coke ordenou a Francis Asbury - o “pai” do Metodismo americano. Em dezembro deste ano, os metodistas americanos organizaram a Igreja Metodista Episcopal. Em 1786, Wesley permitiu que algumas sociedades metodistas na Inglaterra realizassem cultos no mesmo horário que o culto anglicano. E, em 1787, permitiu o registro civil de todas as sociedades.
Em 1791 Wesley faleceu, sendo que o metodismo contava com 130 mil membros e cerca de um milhão de simpatizantes. Em 1797 os metodistas ingleses se organizaram como Igreja independente da Anglicana.
O metodismo se expandiu rapidamente nos Estados Unidos, tendo sido iniciado já com 84 pastores e centenas de pregadores locais e exortadores, mais de 60 capelas e 15 mil membros, embora fosse das menores denominações – a maior era a Congregacional. Em 1816 já eram 200 mil membros (5.700 membros por ano!). Em 1860 eram 990 mil membros (quase 18 mil membros por ano!).
Que nesta semana tão especial denominada semana do coração abrasado nossos corações sejam abrasados pelo fogo do Espírito, que sem dúvida nos levará de volta a uma grande Colheita!

Pr Geraldo Lucio Rodrigues
Secretario Geral de Educação Crista

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